Versos loucos de um poeta boêmio!

quarta-feira, maio 09, 2007

Eu por vezes canso de monólogos. Por que não passam de alguém falando, despejando, redigindo um texto qualquer como se não precisasse haver respostas. Os versos que faço gostaria de cartas- retorno a todo instante. Ou não.



Monólogo para Ângelo

Eras tu melhor chance. Hoje, apenas, és meu nume,
e ponho a repensar, de tudo, o quanto fui um tolo
em reabrir no peito esta vontade, e por consolo,
querer em tanto corpo! E logo o teu, que me resume

em pouco, ser covarde, com àquele que em queixume
trazia a calma, e terno e simples, te desenganava
mas não perdeu o brio se ninguém aliciava
o coração, que hoje, tranco em pena. Por ciúme!

A dar-se sem cobrar, por que mais um não o quisera,
desfaço este meu jogo, há de restar-me esta quimera
em vê-lo decidir o que prefere pra depois.

Mas eu – tão frio e teso – a vigiar-me neste pranto
escolho a vida simples, não ceder a teu encanto!
E faço, pois, sozinho, o que não pôde ser pra dois.

30/03/2007 10:00hs.